terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Plágio

O post da Ana (Um Pastel de Nata e um Ucal) apenas veio concluir estes 3 dias que passaram, no qual outra Ana (Lúcia) me veio visitar, aqui a Haia.

Incrivel como após 7 anos sem o minimo contacto (deverei enfatizar os "7 anos" ou "minimo contacto"?), o que perdurou de 3 anos é imenso.

Eu e a Ana fomos colegas do 7º ao 9º, na Quinta de Marrocos. Apenas 3 anos: o mesmo tempo que gastei na D.Pedro V ou no Instituto Superior Técnico (ainda estando inscrito, parece-me que este ano não entra para as "contas"). 

Foram 3 anos que pareceram uma década. Em que cada dia era uma nova aventura, um desenrolar sucessivo das novelas que se criavam na turma e na escola. Um episódio que nao tinha fim. Dias em que a frase do final do DragonBall Z ("Nao percam o proximo episódio, porque nós tambem não!") fazia sentido. 

Lembro-me de estar curioso para saber como era "estar fora dali". A Quinta de Marrocos era o nosso mundo, numa altura em que o ódio ao IGL era profundo e, incrivelmente, fundamentado. 

Foram 3 anos. Na memória ainda me ficam bastantes episódios. Hábitos. Frases. As "continas" que já nos conheciam. 

Lembro-me da primeira vez que se falou numa hipotese de fazer uma viagem a França. Estava no 7º ano. "Ganda tanga", lembro-me de ter pensado. Eu, que nessa altura nunca tinha ido alem Portugal, olhava para essa ideia como a mais utópica que sempre me apresentaram. 

Lembro-me da eterna paixao pela loira da turma, somente quebrada por uma francesa. Radicalismos que me pareciam fazer sentido. 

Lembro-me da minha primeira negativa. A História, ironia das ironias. Da Matemática já ser um "passeio" limpo. De nao perceber nada de Frances no 7º ano, mas acabar o 9º ano com 5. 

Lembro-me de como era importante fazer boa figura a jogar futebol, e de como ficava contente quando me escolhiam para guarda-redes (a mim ou o Bernardo). Das aulas de Educaçao Fisica. 

Lembro-me de esperar sempre o inesperado por parte do Diogo. Ou qualquer troca de ideias entre o Bruno e o Vasco. Dos jogos de matrecos com o Zé. 

Lembro-me de todo o intercâmbio com a turma francesa de Troyes, e de ainda achar que foi uma sorte ter tido o projecto. Lembro-me da estar na sala dos computadores, e ter instalado o Kazaa no computador da ponta, longe do olhar das profs, e de sacar musica (com o Bruno). 

A nostalgia pairou no ar, nestes ultimos dias.

Entao, nada como fazer uma viagem ao passado. Simples.

Ali estou eu, uns anos mais novo, no quarto da antiga casa. Noite. Abril. Estores levantados, o quarto apenas iluminado pela luz da rua. A um canto está o André do 9º ano, sentado. Aproximo-me e sento-me ao lado dele.

"Achas que vou voltar a ve-la?", pergunta-me. Ele sabe que eu sei a resposta, eu sei que nao lhe posso dar. Mas acho piada àquela preocupação, tao natural da altura. O mais impressionante era o que viria acontecer até ao final do ano. Lembro-me de ter acabado o ano com praticamente tudo 5, mesmo sob aquele efeito verdadeiramente amargo.

"Só depende de ti." , disse-lhe, mentido. Nunca dependeria só dele, e ainda bem. "Que tal vai o Gregoriano?"

Sorriu ironicamente. Na altura, os meus pais nao me queriam deixar sair do Gregoriano. Hoje percebo a importância. A viagem acaba por ali, chegou para reviver.

E é entao que me apercebo:

O grande objectivo para este ano nao pode ser a música, mas sim acabar o IST. 

Porque lembro-me que nunca deixei nada por fazer.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Reflectir

O cartaz é relativo a um concerto que vou participar no Domingo, numa peça a 7 órgãos.

O primeiro ensaio foi segunda feira e senti a dádiva de poder fazer este projecto. Pelas pessoas que tocam, pelo espaço que é, pela experiencia que adiciona.

Senti, segunda-feira, uma "lavagem cerebral" positiva. Juntando a festa de inauguraçao da casa da Maria e do Isaac, que tinha sido na noite anterior, senti que respirei "ar puro".

É muito mau entrar-se numa má rotina. Talvez nao seja a rotina que é má, mas o ambiente que a envolve. Estava pesado, incomodo. 

Mas naquela noite de Domingo / manha de segunda feira, muito se desvanesceu. Agora é tempo de tambem começar a estudar para o IST. Relembra-me de responsabilidades que sao mais do que "pegar na calculadora e já está", como já pude ouvir. 

Resta-me, nas viagens para Amesterdao, reflectir se o bom senso das pessoas deverá ser uma definiçao universal ou nao. Sobre isso, Haia poderia ajudar-me a escrever tese de mestrado.