quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Acordei 'as sete, vim para o Conservatorio 'as nove. Tenho aula em Scheveningen (fica perto da praia) 'as nove e meia.

Por favor, alguem feche a torneira la de cima. Nao para de chover um minuto. Sorte das sortes, a mochila comprada no LIDL possui uma especie de saco impermeavel para proteger a chuva. Assim se comprova a eficacia do LIDL.

Tempo de me por a caminho.

domingo, 26 de setembro de 2010

Skype

Os dias vao passando, e a rotina começa a tomar forma. Gosto, porque uma rotina bem feita pode ser sinal de muito bom trabalho.

Disseram-me que de manha o Conservatório costuma ter as salas de piano disponiveis, pois nao é tanta a procura. Optimo. Gosto de acordar bem cedo e começar a trabalhar. O poderia nao ajudar, mas como está sempre a chover, a acto de ignorar ficou automatico.

Entretanto o meu quarto ja começa a ganhar forma. Gastei uma hora a montar um pequeno sofá que só tinha 4 peças (o que fez uma grande ironia à minha forma de pensar que tinha facilidade em montar moveis do IKEA). E outra hora e meia a montar o armário. Apesar de a casa ficar "longe" relativamente ao conservatório (40 minutos a pé. Uns quantos menos de bicicleta. 10 mintuos de tram), sabe bem ter um espaço. E um espaço tao bem perservado como a casa que encontrámos.

Entretanto, ontem finalmente tive a minha primeira conversa gregoriana por Skype. Tenho-o utilizado regularmente para falar com a familia. As potencialidades de ter mais que duas pessoas à conversa é fenomenal. Matam as saudades, que apesar de poucas, vao surgindo.

A minha unica aula amanha é às 8 da noite em Amesterdão. Gosto de "viajar" com a rapidez que eles aqui proporcionam, e nao estarmos restritos a um pequeno espaço. Fantastico, mesmo!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Reaçoes

As primeiras aulas desta semana ja foram: piano e órgão.

A pergunta "O que vim aqui fazer?" nao é muito frequente, mas plausivel de certa feita. E a resposta surge sempre nestas alturas menos imprevistas. Uma confirmação.

O meu professor de Órgão chama-se Jos van der Kooy, e logo na primeira aula desmanchou a minha "suposta" técnica em 5 minutos. Alias, creio que toquei, no maximo, durante 4 minutos. Fui apanhado de surpresa, estava à espera de um debruçar sobre a peça em questao, mas realmente a nova introdução à sua tecnica deixou-me agradavelmente surpreendido.  Isso, contudo, nao impediu de preencher uma folha A5 com pelo menos 10 peças a serem vistas o quanto antes. Trabalho, é o que se pede.

A minha professora de Piano chama-se Katy Satur, e se nao é uma bençao, está lá perto. Baixinha, parece que nunca conseguiria tocar uma nota que fosse. No entanto, nao esperou por tretas de apresentaçoes muito longas nem saber muito da minha vida: donde venho e onde estudei. Nunca toquei piano? Nao faz mal, vamos na mesma. E a aula, que supostamente demorava meia hora, encheu tambem uma folha A5 com exercicios para casa, e duas peças. Terminou cum um dueto, e um sorriso de quem sabe que tem muito para trabalhar. O relógio nao mentia: o tempo nao tinha passado a voar, afinal a aula demorou 45 minutos. 

Hoje seguem-se ainda 2 horas de estudo de orgao. Holanda nao são férias. E ainda bem.

domingo, 12 de setembro de 2010

"Almoço Familiar"

Cheguei dia 30, hoje é dia 12, portanto contabilizam-se 13 dias de estadia em Haia.

Ja há rotinas, que decerto serao desfeitas com a mudança de casa. Contudo nao deixei de reparar que me começo a adaptar a este modo de vida "menos comodo": o final dos jantares significam sempre lavar a loiça. Todos os dias tem-se que pensar em preparar refeiçoes. Acho que é isto que, em sua parte, tambem define a palavra "experiencia".
E a palavra experiencia adquiriu outro significado quando hoje fui à missa aqui na Paróquia Católica de Haia. Confesso que foi ar fresco para a minha cabeça: o hábito de assistir a uma missa sem passar metade do tempo sentado a tocar é diferente. Mas o ar fresco deveu-se a dinamismo. A entrega. A um quase "finalmente". Senti realmente uma assembleia mesmo presente, sem tendencias de cumprir horário.

A comunidade musical portuguesa vai aumentado, e no final do mês seremos por volta de 9 alunos portugueses a estudar no Conservatório de Haia (onde 5 deles estudaram no Instituto Gregoriano de Lisboa, em geraçoes diferentes). A ligação que se mantem ao viver com outros portugueses é quase a formaçao de laços familiares.

Por isso, estamos a tentar implementar o "Almoço Familiar", ou "Almoço Portugues". Cada Domingo distribuem-se tarefas culinárias antecipadas e o almoço reune à mesa a comunidade cá de casa: é compreensivel que seja raro as alturas em que estamos todos juntos. E nao deixa de ser confortavel ter esta visão de Domingo: eu acho-a, pessoalmente, reconfortante.

As aventuras começam a ser muitas para escrever. Talvez preguiça. Destaco a "aventura de Rhene", onde fui ter com um casal que vendia órgãos em 2ª mao. A oficina era fora de uma aldeia, que ficava perto da vila de Rhene. Caminhei durante 1 hora, por uma unica estrada que percorria somente campos de feno para vacas. As casas eram poucas, viam-se a conta gotas. Quando ja estava perto de desistir, descobri o local (mesmo no quase "meio do nada").

Para final, penso nas palavras de um Organista de uma igreja aqui de Haia. Ontem foi dia de monumentos abertos, e nessa igreja contactámos com o organista. Durante a explicação acerca do Órgão da Igreja, referiu que tinha dificuldades em encontrar alguem que o substituisse: o numero de organistas (pelo menos localmente) está a diminuir, assim como o número de alunos. Dá-me ainda mais animo para um trabalho bem feito!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nublado

Faz 5 dias (nem tanto) que estou em Haia, e parece que já cá estou há um mês. Para tal, ajudou as 3 horas de caminhadas diárias, onde já percorremos (eu e a Ana, a minha room-mate) Haia de uma ponta a outra. 

Fomos à praia, e apesar de alguma distancia (vai-se de autocarro, que daqui demora 15 minutos. Embora os preços de viagem sejam caros relativamente a Lisboa), é impossivel nao sentir uma alegira por ter um local tao bom como aquele. Os bares que rodeiam a praia, mesmo com tempo nublado, fazem esquecer o frio, e lembram (talvez) um Verão, que nao estando presente pelo calor, está pelo espirito.

A procura de casa tem sido intensiva, mas começa a dar os seus primeiros frutos. Hoje é dia de visitas a casa (vou visitar uma que fica.. junto à praia!), e tambem de marcar contacto com uma colega organista. Mais um dia agitado, a nao fugir à regra, mas que felizmente é por uma boa causa. 

Hoje, com o regresso do Nuno a Haia, a casa encheu-se de mais música. O cravo da Maria ja está afinado, e nao resisti em estudar um bocadinho. Mal, talvez, mas deu para animar o ritmo de estudo que teimava em abrandar.

Ja parece que passou um mês.